No Palmeiras, o pensamento é único: todos afirmam que querem permanecer no clube para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B do ano que vem. Após quase seis meses de sofrimento, encerrados após os resultados desta 36ª rodada, dirigentes ensaiaram discurso e vão dando ao torcedor alviverde a esperança de um elenco sem muitas baixas para a próxima temporada. Mas, na prática, a situação não é das mais fáceis.
Rebaixamento tem sido sinônimo de reformulação geral nos clubes nos últimos anos. E o próprio Verdão sofreu com isso no fim de 2002. Do time que entrou em campo contra o Vitória, na última rodada do Brasileirão, apenas dois atletas fizeram parte da campanha que recolocou o Alviverde na elite do futebol nacional.
A principal mudança foi no banco de reservas: Levir Culpi deu lugar a Jair Picerni. Dos titulares na derrota para o Rubro-Negro baiano no Barradão - Sérgio, Arce, Alexandre, César e Rubens Cardoso, Paulo Assunção, Flavio, Juninho e Zinho, Muñoz e Itamar -, apenas o goleiro e o atacante colombiano permaneceram, sem posição de destaque, no elenco. Os outros nove atletas deixaram o clube antes do acesso.
Entre os grandes destaques, Arce foi para o futebol japonês. Duas jovens apostas ainda foram parar nos rivais: Nenê se transferiu para o Santos e Léo Moura acertou com o São Paulo. Dodô, a principal contratação para 2002, não agradou, fechou o ano no banco e acertou com um clube da Coreia do Sul.
O time-base campeão da Série B em 2003 era composto por Marcos (o goleiro havia se ausentado da reta final da temporada de 2002 por causa de uma lesão), Baiano, Daniel, Leonardo (Glauber) e Lúcio; Marcinho Guerreiro, Magrão, Elson (Adãozinho) e Diego Souza, Edmilson e Vagner Love.
A tática adotada pelo Verdão naquela oportunidade, e que no futuro se mostrou eficiente, foi economizar em contratações, principalmente por causa do prejuízo financeiro por ter de disputar a Segunda Divisão, e apostar na base. E o filme pode se repetir agora, já que jovens como João Denoni e Patrick Vieira começam a ganhar posição de destaque com Kleina.
Dois dos principais jogadores do atual elenco - Barcos e Wesley - já afirmaram que pretendem continuar no Verdão em 2013. O argentino, porém, já levantou dúvida sobre sua continuação no clube após a Libertadores temendo perder espaço com Alejandro Sabella na seleção argentina.
Outro fator que pesa negativamente e pode ser determinante para uma debandada geral é a segurança. Antes da partida contra o Fluminense, jogadores, membros da comissão técnica e até dirigentes foram ameaçados por torcedores. Preocupados, alguns atletas passaram a andar acompanhados por segurança, fato que gerou reclamação pública de Barcos e do gerente de futebol César Sampaio.
Dos atletas que têm contrato a vencer em dezembro, poucos devem permanecer.Nomes como Betinho, João Vitor e Daniel Carvalho encabeçam a lista dos que deixarão o clube ao término de seus vínculos, no fim do ano. Leandro Amaro, apesar de ter vínculo até agorsto de 2014, deve ser negociado. Thiago Heleno, Leandro, Román, Correa, Marcos Assunção e Artur ainda vão discutir o futuro com a direção e podem sair.
Sem dinheiro para contratar grandes nomes e sem respaldo da direção, que pode sofrer mudança em janeiro com a eleição presidencial, tudo aponta para que o filme de 2003 seja repetido na próxima temporada na Academia de Futebol. Quem continuará no clube é uma pergunta que começará a ser respondida nas próximas semanas.
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