Daniel Alves não teve problema de encarar a verdade. Às vésperas da partida contra o Milan, que poderá selar a eliminação do Barcelona ainda nas oitavas de final da Liga dos Campeões, nesta terça-feira, o lateral-direito concedeu duas entrevistas em que admitiu alguns problemas no clube. Um deles a falta de ambição após a saída de Josep Guardiola na última temporada.
- Penso que nós perdemos a magia, senão a intensidade que nos tornou diferente do resto, essa fome com que pressionávamos o rival quando perdíamos a bola. Concretamente, perdemos a fome de querer comer o rival. Essa gana que antes tínhamos, agora não se nota, e isso se contagia. As coisas boas se contagiam e as não tão boas também. Devemos recuperar tudo isso, e estamos trabalhando. Mas além do que dizem ou pensam, o trabalho vai nos permitir recuperar - disse ao jornal espanhol "El Mundo".
Messi abaixo do normal
O rendimento abaixo do esperado principalmente nos jogos decisivos de Lionel Messi também foi assunto. O brasileiro vê o argentino cabisbaixo.
- No dia a dia vejo Messi normal, bem. Mas não sou hipócrita, não disfarço as coisas. É evidente que nos últimos jogos esteve abaixo emocionalmente. Por que? Não sei, não busquei saber. Só quero saber o que lhe interessa compartilhar. E se alguém não se interessa a compartilhar sua vida e o que vive, quem sou eu para perguntar? Respeito o seu espaço. Mas notei que estava um pouco mais cabisbaixo do que o normal. Penso que o que o diferencia dos demais é que tem muita personalidade e quando se equivoca, volta a insistir.
Para o site oficial da Uefa, o confronto desta terça, às 16h45m (de Brasília), no Camp Nou foi um dos temas mais abordados. Dani Alves cobrou do grupo mais união para conseguir reagir diante da derrota por 2 a 0 na Itália.
- Jogamos a um ritmo diferente de todos os outros. Quando atingimos o nosso nível nos tornamos realmente grandes, mas quando isso não acontece somos uma equipe normal. Por isso tudo depende de nós, e se abordamos o jogo da forma certa ou errada, como aconteceu na Itália. Se isso voltar a acontecer, seremos eliminados - mas se marcharmos juntos, temos uma chance.- Se jogarmos ao nosso nível, vamos ter muitas oportunidades. Temos jogadores espectaculares, por isso julgo que esta eliminatória só vai ficar decidida quando o árbitro apitar pela última vez. O desejo de desfrutar disto é muito grande, e os grandes desafios são para as grandes equipes. Vamos ver em que ponto ficamos no final – se somos realmente o time que é respeitado mundialmente, ou se não conseguimos chegar a esse nível. Estamos muito confiantes na nossa equipe e nos jogadores que temos - contou, pedindo uma abordagem mais "à la Barcelona".
'Precisamos do nosso treinador'
Sobre a ausência de Tito Vilanova, que segue em Nova York ainda em tratamento de um tumor na glândula parótida, o brasileiro afirmou que o grupo sente sua falta.
- Quando se tem um modelo, alguém em quem confiamos, quando podemos fechar os olhos e simplesmente ouvir as suas ideias, e ele sabe que consegue gerir as coisas, então é óbvio que sentimos a sua falta. Precisamos do nosso treinador, precisamos das suas ideias e precisamos que ele nos ajude quando as coisas estão difíceis. É o mesmo que tirar Messi do time: quando se retira a grande figura, as coisas correm menos bem. Continuamos dando o nosso melhor, mas no final percebemos que nem tudo está bem - disse, esquivando-se das desculpas.
- Isso não é desculpa para a situação em que estamos e para os jogos que perdemos, porque também já ganhamos jogos sem ele. Mas quando perdemos, isso gera especulação, que é ótima para vender jornais. Dizer que o Barça está bem não é novidade. Torna-se notícia, isso sim, quando o Barça perde, ou quando perde duas vezes seguidas. Isso é notícia, vende e é o que as pessoas querem comprar.
Por fim, Dani Alves considera o duelo como o momento para a virada do Barcelona.
- É estranho porque quando ganhamos muitos jogos, e a diferença pontual em relação ao Real era muito grande, as pessoas quase festejavam. Achei isso estranho, pois não tínhamos passados por quaisquer momentos difíceis, e eles estão destinados a acontecer, mais cedo ou mais tarde. Queria que a minha equipe respondesse bem, e esse momento difícil chegou agora. Gostaria de ver como a nosso time responde e se estamos mesmo preparados para enfrentar estes tempos difíceis ou não - encerrou.
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