Futebol tem dessas coisas. Superior no primeiro tempo, o Bahia teve a maior das oportunidades perdidas na partida contra o Fluminense, na noite deste sábado, no Maracanã, com apenas dois minutos de jogo. Fernandão a mandou para fora. Faltou estrela ao atacante, e o time não conseguiu a vantagem quando foi melhor. No segundo tempo, Vanderlei Luxemburgo mexeu na equipe carioca. O jogo mudou. E aí brilharam a estrela do treinador e dos jogadores que entraram - o veterano Felipe, o jovem Biro Biro e o eficiente Rafael Sobis. Os três participaram do lance decisivo. Numa falta no campo de ataque, a malandragem do experiente meia na rapidez da cobrança fez o tiro do camisa 23 surpreender o goleiro Marcelo Lomba, que deu o rebote para o garoto de 18 anos entrar como uma flecha e, aos 20 minutos, fazer o 1 a 0.
Com o resultado, o Tricolor carioca, que só havia vencido uma partida das últimas oito disputadas, pulou, ainda que provisoriamente, para o 14º lugar na tabela, com 22 pontos ganhos, na abertura da 19ª rodada do Brasileirão. Ficou na cola do Tricolor baiano, que segue com 23 pontos e com apenas uma vitória nos últimos oito jogos. O triunfo do Flu foi um presente para a torcida, que apoiou o time do começo ao fim do jogo no feriado de Dia da Independência e disse presente à promoção no preço dos ingressos: o público foi de 20.374 pagantes (28.658 presentes), com renda de R$ 340.370,00. O resultado motiva a equipe para o começo do retuno. Na 20ª rodada, o Fluminense irá ao Durival de Brito encarar o Atlético-PR, na próxima quarta-feira. No mesmo dia, o Bahia receberá o Criciúma, na Fonte Nova.
Autor do gol da vitória e um dos destaques da partida, Biro Biro, jovem de 18 anos formado na base tricolor de Xerém, não escondia a emoção por ter saído de campo como herói.
- Passou (na cabeça, na hora do gol) tudo que passei na vida, desde a época do Nova Iguaçu. Cheguei a Xerém com trabalho excelente e com a expectativa de fazer gols. Eles não vinham saindo, mas agora pude ajudar. Dedico à minha mãe, que está sempre nos jogos. Graças a Deus, pude fazer meu primeiro gol.
Gol perdido de cara
O Bahia foi melhor no primeiro tempo, mas pagou um preço caro por desperdiçar a melhor chance logo no começo. Os times ainda se estudavam quando, lançado por Wallyson, Fernandão ganhou na corrida e ficou cara a cara com Diego Cavalieri. Bateu para fora. O tempo marcava apenas dois minutos. E o gol perdido fez falta.
Houve até outras oportunidades, mas nenhuma melhor do que aquela. Com um time veloz, se fechando bem e partindo rápido nos contra-ataques, o Bahia foi superior desde o começo. E encontrou um Fluminense apático e confuso na marcação. Feijão e William Barbio, um dos destaques da equipe baiana, tinham caminho livre. Foi do último, inclusive, a segunda boa chance desperdiçada, quando, ao bater cruzado da direita, obrigou Diego Cavalieri a boa defesa. Mas ali talvez tivesse sido melhor rolar para Wallyson, melhor colocado na área.
A marcação, aliás, foi um dos pontos fracos do Flu. Ainda que jogasse com três volantes, o time foi totalmente envolvido no meio de campo. Edinho, Willian e o garoto Rafinha não davam conta no duelo com Fahel, Helder e Feijão. E um buraco aparecia para a equipe baiana explorar. Na altura da meia-lua da área, Wallyson arriscava a terceira chance, mas a bola subiu.
O Flu só assustava nas bolas alçadas na área para Samuel e Marcos Junior, mas o goleiro Marcelo Lomba estava atento e não dava brechas nas boas saídas. Com Wagner bem marcado, os laterais Bruno e Carlinhos bem que tentavam dar opções pelas laterais, mas a forte marcação baiana impedia. E o único chute com perigo do Flu foi numa falta cobrada por Wagner, por cima. Logo depois, no fim do primeiro tempo, Fernandão voltou a desperdiçar chance na área, e Raul por pouco surpreendeu Cavalieri de longe. Mas a bola teimou em não entrar. Sorte para o Flu, que, dominado, terminou o primeiro tempo com o empate por 0 a 0.
Luxa mexe bem, jogadores decidem
Com Felipe no lugar de Willian e Biro-Biro no de Marcos Júnior, o técnico Vanderlei Luxemburgo tentou dar ao Fluminense mais criatividade ao meio-campo e deixar o ataque mais agressivo. E com oito minutos o técnico mostrou que estava certo. O veterano meia lançou o jovem atacante, que ganhou na corrida mas esbarrou na boa saída de Lomba, que salvou a melhor chance do time carioca.
Pronto. O Fluminense já era outro na partida. A ponto de empurrar o Bahia para a defesa e enervar o zagueiro Tite, que fez duas faltas seguidas perto da área. Mas o melhor foi ver Biro-Biro fazer o giro na área e dar lindo passe para Felipe, que mandou por cima. Era a segunda chance em quatro minutos da dupla que entrara na segunda etapa.
A torcida, apoiando o time desde o começo, mesmo com o domínio do Tricolor baiano, entrou mais ainda no jogo. Bruno dava até lençol em Tite e fazia jogada de linha de fundo. Logo depois, Luxa fez a terceira substituição. Trocou o apagado Samuel e pôs Rafael Sobis. Foi fatal. Faltava o camisa 23. Os três que entraram participaram do gol tricolor. Felipe sofreu a falta e cobrou rápido para Sobis, que bateu para o gol. Marcelo Lomba espalmou e Biro-Biro, rápido, chegou para marcar, aos 20 minutos. Delírio da torcida tricolor carioca, que viu o garoto de 18 anos correr para o abraço, na beira do gramado. Era o seu primeiro gol no campeonato.
O técnico Cristóvão Borges mexeu no Bahia. Pôs Fabrício Lusa, Diones e Obina nos lugares de Fahel, Wallyson e Willam Barbio. Mas o time ficou longe de apresentar o futebol agressivo do primeiro tempo. O Flu soube administrar - muito bem - o resultado, e o Tricolor carioca fez a festa no Maracanã.
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