Se o Barcelona aguardava por uma motivação extra na véspera, ela não veio. Mesmo com uma tarefa em tese menos complicada e grande pressão nos instantes finais, o Real Madrid acabou eliminado pelo Borussia Dortmund. Lionel Messi e companhia, portanto, têm a missão não apenas de buscar uma virada inédita depois dos 4 a 0 sofridos para o Bayern de Munique, na última semana, como também tentarão evitar uma primeira final alemã na Liga dos Campeões.
Até hoje, só três decisões foram entre equipes do mesmo país. Na temporada 1999/2000, o Real Madrid derrotou o Valencia por 3 a 0, no Stade de France. Na edição de 2002/03, o Milan superou o Juventus nos pênaltis, por 3 a 2, após empate por 0 a 0 em 120 minutos de partida no Old Trafford, na Inglaterra. Mais recentemente, em 2007/08, o Manchester United também precisou da disputa da penalidades máximas para ser campeão diante do Chelsea, ganhando por 6 a 5 após o placar de 1 a 1 ao fim da prorrogação, em Moscou.
Se conseguir a classificação, o Barcelona terá sido o primeiro a avançar de fase na Champions nestas condições. Apenas três equipes conseguiram alterar um prejuízo semelhante em outras competições europeias: o arquirrival Real Madrid foi o último a conseguir a façanha, em novembro de 1985, quando massacrou o Borussia Moenchengladbach por 4 a 0 na Copa da Uefa (atualmente Liga Europa) após ter levado uma goleada de 5 a 1 na Alemanha.
O primeiro foi o Leixões, de Portugal, que na temporada 1961-1962 da hoje extinta Recopa perdeu por 6 a 2 para o FC La Chaux-de-Fonds na Suíça e acabou garantindo a vaga ao vencer por 5 a 0 em casa na volta. Em 1984, o Partizan, da Sérvia, conseguiu se recuperar de uma derrota pelo mesmo placar de 6 a 2 para os ingleses do Queens Park Rangers com o resultado de 4 a 0 na volta.
Tal cenário nunca se repetiu na Liga dos Campeões. O exemplo mais próximo veio com outro time espanhol, o Deportivo de La Coruña, que em 2004 foi atropelado por 4 a 1 pelo Milan em San Siro, mas obteve a classificação ao golear os italianos por 4 a 0 na Galícia. Em 2008/2009, ano em que se sagrou campeão, o Barça de Guardiola conseguiu aplicar os mesmos 4 a 0 no Bayern de Munique, mas em duelo de ida das quartas. Na volta, segurou um empate por 1 a 1.
No Barça, fé em Messi
Desta vez, porém, o Bayern tem tudo para impedir que isso aconteça. Com o título do Campeonato Alemão já garantido desde o início do mês, o time bávaro tem apresentado um nível de jogo impressionante. No jogo de ida, atropelou o Barça como um rolo compressor, ganhando praticamente todos os duelos, principalmente no jogo aéreo.
Já os catalães dependem muito da forma do craque argentino Lionel Messi. O melhor jogador do mundo, que sofreu uma lesão muscular na coxa nas quartas de final diante do Paris Saint-Germain, teve uma atuação muito apagada em Munique, deixando claro que não estava 100% recuperado.
No último sábado, Messi entrou no segundo tempo do duelo com o Atletic Bilbao e marcou um golaço, mas não impediu o empate em 2 a 2 da sua equipe no país basco.
- Sabemos da importância de Messi para esta equipe, ainda mais na cara do gol e no entorno da área. Quanto melhor ele estiver, mais opções de jogo nós teremos. Com ele bem, aumentam as nossas chances de passar. Se Leo estiver bem, pode decidir - declarou o técnico Tito Vilanova.
Bayern pode se aproveitar de desfalques
O argentino deve ser escalado como titular nesta quarta-feira, mas o Barça terá outros desfalques de peso. O volante Sergio Busquets, que sofreu uma lesão no púbis, não tem condições de jogo, assim como o francês Eric Abidal, que está fora por causa de um problema na panturrilha. O lateral-esquerdo Jordi Alba, suspenso, o zagueiro Carles Puyol e o volante Javier Mascherano, ambos lesionados, também são ausências certas.
O treinador, no entanto, poderá contar com a volta do brasileiro Adriano, que estava suspenso no primeiro jogo e deve ser escalado na lateral esquerda, enquanto Daniel Alves ocupará o lado direito.
- Será difícil, mas não temos o direito de dizer que não somos capazes de conseguir a vaga - afirmou Vilanova, em opinião compartilhada também pelos alemães.
- Se há um clube no mundo capaz de fazer isso, é o Barça - avisou o holandês Arjen Robben, autor de um dos quatro gols marcados pelo Bayern no jogo de ida.
- Vamos sofrer no Camp Nou, sei do que estou falando - disse o francês Franck Ribéry, que lembra muito bem da goleada de 4 a 0 que sofreu no Camp Nou nas quartas de final da edição de 2009.
O técnico do Bayern, Jupp Heynckes poderá contar com o retorno do croata Mario Mandzukic, artilheiro da Bundesliga, que estava suspenso no primeiro jogo. No entanto, o jogador que mais deve preocupar a defesa do Barça será o meia Thomas Müller, que balançou as redes duas vezes em Munique e teve participação direta nos quatro gols da sua equipe.
Ficha técnica:
Barcelona: Valdés, Daniel Alves, Piqué, Bartra e Adriano; Song, Xavi e Iniesta; Pedro, Messi e David Villa. Técnico: Tito Vilanova.
Bayern de Munique: Neuer, Lahm, Boateng, Dante e Alaba; Javi Martínez e Schweinsteiger; Robben, Müller e Ribéry; Mandzukic. Técnico: Jupp Heynckes.
Estádio: Camp Nou. Data: 01/05/2013. Árbitro: Damir Skomina (ESL).
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